Em dias de trevas, abafa-se a dor… Esquecem-se feridas de outras horas e escolhem-se as prioridades… o silêncio é uma delas… a opção mais fácil com tanto de banal como de frágil…
Em dias de trevas embala-se o corpo em notas de dor e desabafos sem nexo para ouvidos de pretexto e atenção obrigatória…vive-se o dia junto de gemidos e fica-se por aí…
Em dias de trevas perde-se o sentido embalado na cor clara do que te faz companhia antes de dormir… com a dor e e cansaço que te colocam abafam no palco da vida… é assim!
Em noites de trevas passam filmes passados com histórias mais ou menos intensas que te tiram o descanso da mente e do corpo… e que levas contigo!
Deixa que os outros te inspirem, em vez de te comparares com eles…
Rodeia-te de pessoas com pensamento positivo…
Sorri mais e queixa-te menos!
Às vezes sentes-te perto do abismo, a chegar a um ponto em que a tua vida se desmorona nas costuras. Esses momentos de crise parecem surgir do nada.
Só vemos o mal e sentimo-nos impotentes, raiva, medo e desespero.
Em momentos como este tens que assumir o papel de observador e perguntar a ti próprio onde andam os aspetos positivos… e aí é chegado o momento de te inspirares…
Na inércia e outros momentos de apatia com a realidade que te rodeia adias nos dias que passam, cortes fatais e outros momentos que ninguém deseja.
O calendário de projetos de vida e marcações de encontros inesquecíveis com o futuro lembra-te que há muito a acontecer pela frente, para realizar no momento, mesmo em dias como hoje em que a força de controlar o inadiável se esfumeie em sopros no corpo.
E a farsa conhecida de que amanhã pode ser tarde deixa tudo a perder, mesmo as histórias mais prometedoras de reencontros são envolvidas pela nuvem do medo que tomou conta dos teus dias… do teu ser.
No jogo do adia não há vencedores nem derrotados, choram-se ambos os momentos quando acontecem… faz-se por acontecer… esquece-se o mundo à volta… aquele que ditou o reencontro sem regras… porque essas são para os outros que seguem fielmente o calendário.
É a força que nos dá alento para outras batalhas… acreditar é agarrar-se a algo presente ou não no momento, mas uma certeza de futuro para quem acredita.
Acreditar em algo é, num cenário de luta, a batalha vencida sem lutar… porque o caminho para a vitória está à mão; ou pensamos que está… quantas vezes a desilusão se apodera de nós na contestação de que afinal não é o que esperávamos… e quando, na vida e ao fim de anos, dás conta de que realmente não valeu a pena… acreditar é uma palavra deformada no teu vocabulário.
Em dias de lutas, mais que uma por isso o plural, acreditar é a força que nos empurra para a frente, sem saber para onde; num cenário de dor e lamento é o corpo sofrido que paga as favas de anos a fio de lutas perdidas e sem nexo, porque não valeram mesmo a pena.
Abafam-se os ais com outras misturas que também elas engolem os dias, e assim vão passando as semanas, os meses infinitos e ensombrados por outras lutas e sofrimentos que fazem sombra nos dias que passam.
E o cenário negativo e pesado marca a alma… sem espaço para energias positivas, daquelas que nos empurram… baixa-se a cabeça que cai pesada sobre a almofada à espera do cansaço que trará o sono… umas horas mais tarde.
Há realidades mais fortes perto de ti; qual lobo solitário perdes-te no egoísmo puro que te vai saciando… os dias passam e fugir das decisões é a resposta que encontras para adiar o inevitável corte com a realidade mesquinha que te apoquenta.
Não há nervos nem paciência que sustente o dia-a-dia incoerente com princípios que desde sempre geriram a tua vida e aí é chegada a hora de cortar com o tempo que resta… não vale a pena… não vale o esforço…
A realidade da vida ou da morte trouxe-te o preço de tantas lutas e o medo que te acolhe; viver a vida como era, como eras, sem necessidade de partilhar no mural, nos muros por onde passaste, quem és e para onde vais…
Embalado por melodias, ali ao lado perto de ti, sentes-te o campeão no jogo do dia num ato de liberdade da mente e da alma, que o corpo às vezes não quer acompanhar… falta-te o fôlego de outros dias…
Ficas à espera de que o dia seguinte te traga a força, a resposta, para as questões que evitas colocar a ti próprio sobre essa luta inglória em que mergulhaste o teu ego. Tens o preço… bem feito!
Expulso do jogo… empurrado para o lado, naquela que terá sido uma vingança mesquinha de outras alturas, muitos anos passados… será mesmo?
Recusas acreditar, mas num mundo de tantas teorias da conspiração é permitido duvidar… até das palavras mais sinceras… dos sorrisos mais lindos e das promessas mais fortes que ficaram até um dia.
Queres convencer-te que não, que razões maiores terão forçado o cenário que não se queria, acabado com sonhos de ilhas noutros mares.
Falta-te a resposta aos teus porquês que está escondida no silêncio da ignorância que te enche o vazio na alma.
Resta a força das palavras que foram ficando, a força partilhada em momentos que não se apagam… as jogadas perigosas nos encontros furtivos. Ficam as imagens gravadas no espírito, a força dos intocáveis…
A força de tudo o que há muitos anos tinha ficado para sempre, agora ainda mais forte… pelos menos por um sempre que não sabemos quanto vai durar…
Sei que vais voltar ao jogo, contigo próprio… os adversários irão chegando no dia-a-dia, encapuçados de promessas falsas e outras conspirações, mas há lições de vida que te abrem os olhos, por mais anos que tenham passado, nunca é tarde para aprender.
Depois há dias mais fáceis que outros, hoje, agora é um daqueles em que os sinais de fumo te dizem para parar… fechar a alma… porque são focos de fogo que se vão apagando… fica a tristeza de mais uma ressaca… o amanhã é tão incerto meu Deus… já não há tempo para esperar… para adiar seja o que for… nem mesmo o acreditar, porque a realidade não dá espaço às bestas que vão ficando adormecidas na monotonia do dia-a-dia.
É uma sensação de bem-estar contagiante… a convicção por algo…
Saber que aquilo que fazes ou pretendes fazer te enche a alma, que não existem barreiras para chegar à meta pretendida… saber levar os outros contigo sem os puxar… aqueles momentos em que eles até vão por ti…
Se estiveres convicto do que fazes, transmites facilmente a tua energia a quem te ouve… ou poderá seguir… e tudo sem arrogância ou prepotência maquiavélica. Porque é tudo tão simples…
Não consigo compreender quem faz, seja o que for sem convicção… abracei sempre os meus projetos pessoais, privados e profissionais com muita força, a atenção das pessoas que fui cativando ainda me dava mais motivação para continuar, criei um círculo vicioso de ideias, projetos e pessoas… no qual sempre acreditei… e este acreditar também pode viciar… trouxe entusiasmo…
O entusiasmo é uma forma de vida em que podes envolver todo o ambiente à tua volta; sendo ao mesmo tempo a semente para os maiores sucessos, sem ele não vais longe acredita…
Entusiasma-te com tudo o que fazes ou que outros movem à tua volta… dá-lhe os parabéns… mostra que acompanhas também a convicção dos outros de quem te rodeia… e se for o momento agradece… um obrigado dá, a quem te ouve, uma sensação de bem-estar contagiante…
A convicção no que fazes ajuda-te também a ser criativo e é o primeiro passo para o sucesso, mas, e também, é o pilar de apoio nos momentos em que os planos não saem como esperado… as expetativas às vezes forjadas por outros motivos pensados banais ou ignorados… faz parte da vida… não são derrotas!
Encontra motivos que te dão animo, começa aí, …depois define as metas para a tua vida e luta… faz do normal o anormal porque não…, mas luta com convicção… até chegar à luz que procuras…
Hoje vou vingar-me de tudo o que fizeram comigo… vou pegar na folha, perdida em qualquer parte e denunciar a lista de barbaridades a que fui submetido pelas pessoas que passaram por mim e não voltaram… e aproveitando a oportunidade por aquelas que vão ficando, como observadores, por perto… para não mais voltarem.
Em criança fazia casas de terra, casas nas árvores, barracas no pinhal, seria a idealização do lar que não tinha? Nunca saberei… não vou culpar ninguém por algo que não conheci e recuar tão longe no tempo pode ser perigoso.
É fácil bater no muro das lamentações onde não quero cair; e, para além disso, havia sempre alguém por perto para dar a mão… a inocência das crianças acaba sempre por prevalecer…
Na juventude entre o crescimento sagrado, rumo a um paraíso qualquer em África ou na América Latina que me prometiam, e a revolta que levou à exaustão física e da mente, fui apontado por tantos outros… que nunca vislumbraram que as metas definem o caminho… no entanto havia sempre amigos à volta, daquelas amizades que os anos não separam.
A luta que se seguiu foi acima de tudo a afirmação pessoal, com grandes ajudas por perto, numa caminhada eufórica contra o tempo, sentido como perdido. As marcas da inveja por perto não foram mais que umas manchas de sombra nos projetos em que me envolvi… algumas aventuras perigosas outros autênticas barbaridades; numa filosofia deveras eficaz… “matem-se, esfolem-se, mas não me sujem os sapatos com sangue” passei ao lado de lutas de outros, evitando o confronto… olhando por cima.
Hoje, passados os anos, já não vale a pena pegar na folha e denunciar nada… hoje contas os dias da vida da contagem decrescente… que se quer lenta… porque a áurea positiva é outro alento que nem as maleitas do corpo podem ensombrar.
Hoje, passadas as histórias, luta-se pela paz interior, porque cá fora está confirmado ser impossível… por isso deixem-se de lutas… de mesquinhices, de hipocrisias… por mim estão todos perdoados… e sejam felizes…